Sob astrakans, tal como de terror
O condemnado, no momento extremo,
Tirita ao pé do seu executor.
Urso do Polo, eu contra ti blasphemo
Quando te sinto o rispido rigor;
Azorrague que corta a carne e eu temo
Como de Atropos teme-se o furor.
Frias as mãos, o corpo regelado,
Tremo, como um velhinho se extinguindo,
A’ semelhança de um brandão á morte...
A neve cae... O’ inverno despiedado
A’ terra dás, as arvores despindo,
Toda a desolação do Polo Norte!
Itiberê nº 60/61 (ABR-MAI/1924); O Olho da Rua (05/08/1911)
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