Não deves ter nenhum receio... Fala!
Que a tua voz esplêndida e sonora,
Como um trinado, cante nesta sala!
A ânsia de ouvir-te o peito me devora,
E o coração, cheio de anelo, estala.
Move êsses lábios de um rubor de aurora,
Abre essa boca que a lilás trescala!
Quanto mais tardas a falar mais cresce
O meu desejo... Fala! Quero, atento,
Ouvir-te a voz de meigas vibrações...
Mas, que tens? O teu rosto se enrubece!
Tremes?... Silêncio... Ao menos um momento
Falem de amor os nossos corações!...
Azul (1900); Victrix; O Paraná Mental; Sonetos do Paraná; Stellario nº1 (1905); Diario da Tarde (08/10/1904); Commercio do Paraná (26/09/1920)
Nenhum comentário:
Postar um comentário