Amor desfeito

As ferropeias deste amor violento
Parto-as agora por fugir-te ao jugo.
Seja formal o nosso rompimento
E me refugues como eu te refugo.

Basta de magoa, basta de tormento.
Do coração as lagrimas enxugo.
Para mim viverás no esquecimento
Mulher, que foste o meu cruel verdugo!

Jamais os olhos meus por-te-ei em cima
Plebeia, que arranquei dentre as plebeias,
Collocando num solio á minha rima!

Não mais ser-te-ão um pedestal de estatua
Os versos meus; faltando-te epopeias,
Has de rolar como uma cousa fatua!

Arco iris (1923); Diario da Tarde (08/09/1910), como “Jansen de Capistrano”, com a nota “Villa da Magoa”; Commercio do Paraná (22/05/1921)

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