Falso amor

Porque te quiz sinceramente, agora
Arrependidas lagrimas eu verto.
O coração se me confrange e chora
A’ dor que o preme no mais duro aperto.

Doces palavras que te ouvi, senhora,
Como notas de magico concerto,
Eram mentidas e, por isso, fôra
Não escutal-as de melhor acerto.

Quem me déra os ouvidos tel-os moucos
A’ tua vóz que me embalou suave
E terna e meiga, como chilros de áve.

O teu amor... cri-o leal. O’ loucos
Homens que amaes, ouvi-me: da mulher
O coração é quarto de aluguer!

19—5—1912

A Bomba nº 4 (10/07/1913), como “Jansen de Capistrano”

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