Dia só de pezar! Em tom funereo
Geme o sino — dalão — seguidamente,
E por todo o infinito espaço ethéreo
Vae-se o écho feral, soturnamente.
Melancolico e triste e grave e serio,
Da saudade curtindo a magna ingente
A caminho do Nada — o cemiterio —
O povo segue vagarosamente.
Neste dia de crepe e de tristeza
Em que até se amortalha a natureza,
E em prantos se debulha a humanidade...
Eu, que no peito trago a Dor intensa,
Na campa onde dormita a minha Crença
Deponho um goivo, esfolho uma saudade.
Sapo nº 16 (16/04/1899); Diario da Tarde (02/11/1903)
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