Dizem d’ella um horror... E’ raro ouvir-se alguem
Elogial-a; enfim todo mundo a maldiz.
Não n’a incensa a pobresa e, muito menos, quem
Jamais logrou dizer: um dia fui feliz.
Os ricos, muita vez, apostropham-n’a, têm
Impetos máos e (†!) murmuram cousas vis:
Lepra de Satanaz! Mal de Lazaro! nem
Vales que se te dê um quarto de luiz...
Todavia, apezar desta grita medonha,
Affagam-n’a se acaso, ella ameaça, brincando,
Fugir, tal qual um sonho alegre que se sonha.
E’ má, é muito má, é pessima e, ainda assim,
Sendo pessima e má, todos querem-n’a quando
D. Morte apparecerá annunciando o Fim!
Bizarrias (1908); Cartão Postal (1905)
Nenhum comentário:
Postar um comentário