Dado o caso que eu fosse descuidado,
Sob um luar finíssimo de prata,
Por deserto caminho e um scelerado
Apparecesse, subito, da matta
E me dissesse a mim (maldito fado)
“Ha muito que eu andava á tua cata...”
E, sacando um punhal, o desalmado
Abordasse-me, assim como um pirata...
E zaz, e zaz, e zaz, e me deixasse
Cabeça, costas, peito, rosto, face...
Todo um crivo, afinal, o corpo meo.
O’ dor das punhaladas muito forte,
Ao tomar-me nos braços, D. Morte
Ouvir-me-ia dizer o nome teo.
Bizarrias (1908), Diario da Tarde (15/02/1907)
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