Descrente, ás vezes, penso: a Morte fôra
Superno gaudio, para mim, se já
Viesse, foice á mão, e ceifadora
D’aqui me transportasse para Lá...
Outras vezes, porem, deslumbradora
Como a corôa rutila de um Schá,
A vida se me mostra e, crente, estoura
A’ minha bocca uma risada — ah! ah!
E — novo Hamlet — a duvida me assalta
Tal qual, á noite, horrivel ephialta
Que nos enche de pasmo o coração.
Ora creio e descreio... Uma esperança
Fulgura e logo apóz o Tedio avança...
... Morrer ou não morrer — eis a questão.
Bizarrias (1908), Diario da Tarde (12/09/1905)
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