Meu berço

Morretes, meu torrão, solo fecundo
Regado pelo rio Nhundiacoara;
Terra em que os olhos eu abri ao mundo
Por uma de Dezembro tarde clara;

A mercê do destino, vagamundo,
Ora aqui, ora ali, que nunca pára,
Longe de ti embora, que profundo
Por ti o meu amor: ó terra cara!

Que bem que faz a dulcida lembrança
Do tempo bom! Que bom lembrar os dias
Felizes que se tem quando si é creança!

Morretes, berço meu, ó meu torrão,
Onde vivi a par das alegrias,
Como tenho de ti recordação!

Arco iris (1923); Itiberê nº 38 (JUN/1922), com o título “Morretes”; Sonetos Regionaes, também com esse título

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