A vida se resume numa viagem
Para a região siberica da morte.
Uns fazem-na ao sabor de leve aragem.
Outros á sanha de pampeiro forte.
Para o feliz o mar verde-folhagem,
Não tem siquer um rabido transporte,
Ao passo que ao infeliz ruge e á voragem
Impelle-o sempre o vento da má sorte.
Um vae directo ao porto do destino,
Sob os accordes magicos de um hymno,
Sem tocar no parcel do Desconforto.
O outro, depois de ter sofrido damnos,
Fazendo escala pelos Desenganos,
Ancóra, emfim, no derradeiro porto.
Arco iris (1923)
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