Coração morto

O coração de quem ama é como uma creança...
Por que te quiz, embebedei-me ao teu fulgor
e pude alimentar a formosa esperança
de comtigo viver sob o pallio do amor!

Ingenuo, acreditei que seria bonança
a vida ao lado teu, aspirando-te o olôr,
que produz a embriaguez como um vinho de França,
dessa côma de onyx, dessa bocca de flor!

O’ cruel decepção ao saber-te fingida,
quando os olhos abri á realidade da vida,
depois de ter sonhado aos braços da Illusão!

Foi falso o teu olhar, foi falsa a tua bocca,
teu riso me mentio e mentindo-me, ó louca,
impiedosa mataste este meu coração!

Itiberê nº 62/63 (JUN-JUL/1924)

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