Em ti se me resume a vida toda agora.
Teus olhos, como sóes, innundam-me da pura
Luz que o meu coração anima e revigora.
Embala-me a tua voz, — favo cuja doçura
Sorvo, como se fosse almo nectar que irrora
Do céo e na alma cae, e, ao cahir, transfigura
A alma, que a noite ensombra, em rosicler de aurora!
Noiva, beijo-te a mão fidalga que me afaga!
Tiraste-me do peito a dôr de quem vivia
De lagrimas num mar, rolando, vaga a vaga!
Noiva, alma de minh’alma, em tuas mãos deponho
Meu coração, a rir, nesta doida alegria
De te ver junto a mim como te via em sonho!
Itiberê nº 65 (SET/1924)
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