Lasso, como um guerreiro apóz tredo combate,
No occaso tomba o sol. De subito se espalha
Pelo Azul infinito uma tinta escarlate
Viva, como o clarão que sae de uma fornalha.
Em fogo todo o Céo... Como um toque a rebate
Pesadamente o bronzeo carrilhão bimbalha...
Passa o vento a gemer n’uma furia de orate,
E da noite afinal, desce a negra mortalha.
A terra inteira toma o aspecto de um sombrio
Campo-santo onde a Morte, — o espectro negro e frio,
Como uma ave augural suas azas espalma.
Funda desolação em tudo transparece...
Trevas... Perde-se no ar um sussuro de prece,
E o crepe da tristeza amortalha-me a alma.
Azul (1900)
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