Retumba no ar um grito estrepitoso
De acclamação, quando Mercedes passa,
A fulgir como um sol, em seu luxuoso
Coupé tirado por corseis de raça.
Como que na aza rutila do gozo
Sente-se preso, e pelo Azul esvoaça
O coração do povo, que nervoso
Brinda essa imagem fulgida da graça.
Uma explosão frenetica de palmas,
Mais accentúa o goso que essas almas
Sentem ao vel-a tão gentil passar...
Ella sorri... e em paga da ruidosa
Ovação, lança ao povo a luminosa
E captivante flor do seu olhar.
Azul (1900)
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