Chamada Zizi de Alvear,
Mimosa como a bonina
E meiga como o luar...
Olhos azues como o lyrio
Que floresce na charneca;
A bocca rubra de tyrio
Com dentinhos de boneca...
Cabellos em cachos de ouro
Lembrando a chuva de Zeus...
Queriam-na, como a um thesouro,
Os ternos paesinhos seus.
Era Zizi uma creança
De singular formosura...
Ao vel-a, vinha á lembrança
Um chromo litho-gravura...
Filha de pae opulento,
Gosava de trato regio;
Mimada a todo momento,
Nem siquer ia ao collegio.
De sorte que estando, um dia,
Zizi num centro selecto,
Confessou que não sabia
Uma letra do alphabeto!
A assistencia olhou-a, cheia
De grande estupefação,
E alguem disse: “fica feia
Quem não recebe instrucção”.
Zizi, nesse mesmo instante,
Disse, chorando, a seus paes:
Mandae-me á escola... Ignorante
Eu não desejo ser mais.
Por não ficar feia (aqui
Eu vos digo com prazer)
A intelligente Zizi
Já sabe ler e escrever.
Commercio do Paraná (20/03/1921)
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