Heroe, prodigios mil fizeste; que mataste,
Na lagoa de Lerna, uma enorme serpente
E que o gigante Anteo nos braços esmagaste.
Com cadeias prendeste o Cerbero — valente
Guarda infernal; um touro iracundo domaste,
E do peso do céo azul e transparente
Por muito longo tempo Atlas alliviaste.
Dize-me a mim, Heroe: Por que tu não me esmagas
Assim como esmagaste o famoso gigante
Que teve a audacia de querer te subjugar?
Por que da minha dor cruel, das minhas chagas
Não me allivias tu, que livraste o possante
Atlas de ter o céo aos hombros a pezar?!...
Commercio do Paraná (21/08/1921)
Nenhum comentário:
Postar um comentário