Fel-a rainha do amor o deos Eros, um solio
Dando-lhe, onde ella assim num relevo de nume
Paira, a fronte gentil lhe adornando o trifolio
Trevo, em halo, a esparzir delicioso perfume.
Como a chamma voraz de um incendio a petroleo,
Eu ardo de paixão e me afflijo de ciume
Em vão, por não poder galgar o Capitolio
Em que a vejo irradiar como apollineo lume.
Do alto do trono seu, ella não baixa os olhos
A mim, audaz plebeu, que a contemplo de giolhos,
Rogando-lhe um olhar das pupillas serenas.
Mas, as! si ella, afinal, se me rendesse um dia!...
Tão exquesito é o amor que eu não sei si seria
Feliz, como ora sou, por desejal-a apenas.
Arco iris (1923); Diario da Tarde (18/02/1911)
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