Em uma escola

Á senhorita Sylvia Bandeira Fernandes, intelligente professora normalista.

Aureo templo de luz... Mestre, sois sacerdote,
Pontificaes aqui neste templo sublime.
O ensino vos eleva; é a instrucção um dote
E ser analphabeto é perpetrar um crime.

O livro tem do sol a mesma rutilancia.
O cerebro quer luz. Dae-lhe a luz do saber
O’ seres infantis. Estudae. A ignorancia
E’ caminho da treva e ao abysmo vae ter.

Cultivae, com carinho, a vossa intelligencia
— Essa preciosa flor mais rica que um thesouro —
E ella então brotará como brota uma hortencia,
Ou como um gyrasol de petelas de ouro.

O estudo é como o orvalho... Horto de luz é a Escola.
E, creanças, sois vós, como a flor em botão.
A’ carencia do orvalho o lyrio se estiola.
— Não vos deixeis ficar á falta de instrucção.

Diario da Tarde (01/03/1910)

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