Por que no mundo nada eternamente dura;
Um dia rolará, quando chegar o inverno
Dos annos e murchar a tua formosura.
Embebeda-te agora o juvenil falerno,
Mas ao se encher de cans a tua côma escura,
Provarás, um por um, os tormentos do Averno
E verás que a vaidade é uma grande loucura.
A belleza é uma flor e toda flor fenece.
Ao fulgir da manhã, alvinitente um lyrio
Esponta e murcha mal o sol desapparece...
Bella e moça tu és, mas, por mal da vaidade,
Mas profundo se-te-á, certamente, o martyrio,
Quando morrer o sol da tua mocidade.
Arco iris (1923); Club Coritibano (OUT/1912)
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