N’atro abysmo tombou para sempre perdida...
Na embriaguez da paixão nem pensou nos gilvazes
Que a viriam pungir todo o resto da vida.
Olhos a lacrimar sobre sulcos lilazes,
O coração sangrando e a alma a sangrar, ferida,
Entre a turba sem dó dos modernos caiphazes,
Eis que outra Magdalena assoma arrependida.
Que bem faria a mão que lhe sustasse a queda!
Quão bella fôra a acção de quem dissesse (ao ve-la
Assim, quasi a tombar no abysmo) tende mão!
Mas, incauta tombou... Do amor a labareda
As azas lhe crestou e, assim como aurea estrella
Que do alto céo rolasse, ella rolou ao chão!
Arco iris (1923)
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