Essa mulher de côma preta
E de olhos negros como a dor,
Ao perpassar lembra um cometa
Que ao céo empresta o seu fulgor.
Voluvel como a borboleta,
Anda a voar de flor em flor...
Por ella fez-se anachoreta
Um desditoso trovador.
Ao seu olhar e ao seu sorriso
Como que se abre o paraiso
Cheio de gosos sempiternos...
Alma cruél a dessa dama:
Promette o céo e ateia a chamma
Devoradora dos infernos!
Arco iris (1923)
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