A saudade cruél de uma ausencia cruél...
Apoz um vinho bom, tão cordial, tão brando,
Sorver-se, gotta a gotta, um calice de fél!
Tel-a junto de mim, bella, a rir, e radiando
Como a Sirius no Azul, esse immenso docél,
E deixal-a partir... e deixal-a... Até quando
Curtirás esta dor, meu coração fiél?
Ah! ficasse Ella aqui e a tristeza bem longe
Estaria de ti, martyr do amor; tristonho
Não serias assim, como soturno monge.
Mas, consola-te, e crê, embora grande a ausencia,
Has-de vel-a, a radiar, em meio do teu sonho,
Como um extranho sol de extranha refulgencia.
Diario da Tarde (12/05/1904)
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