Vendo-a de novo

Hoje, dulcida Flor, que novamente
Vejo-te bella e casta como outr’ora;
Pulsa o meu coração todo contente,
Toda minha alma de prazer se inflora

O teu magico olhar resplandescente
Desfaz o véo da ausencia que apavora,
E fez dentro em meu peito alegremente
Surgir do amor a rutilante aurora.

Vieste emfim maravilhosa e pura
Rara Diva de rara formosura,
Excelsa Flor dos meus sonhares magos

E arrancaste-me d’alma agros espinhos
Com teus beijos de amor, com teus carinhos,
Com a musica febril dos teus affagos...

Sapo nº 46 (12/11/1899)

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