Supplica

Ao Elpídio Werneck

Dizem sinos n’um tom de magoa que apavora
Tanto como do vento o soluçar funereo:
Elza, a loira, partio ao despontar da aurora
Para a longe Região do Nada e do Mysterio.

Anjos, almas de luz onde a piedade mora,
Vós que á noite tangeis um rutilo psalterio,
Guiai-a pela mão, não n’a deixeis agora
Vagar tristonha e só por esse espaço ethereo.

A sorrir, a sonhar, Ella partio tão pura
Para junto de vós que viveis entre flores
Aos pés do almo Jesus nessa infinita Altura...

Oh! guiai-a por Deus, ensinai-lhe o caminho...
E para Ella pedi á Senhora das Dores
Um olhar de piedade, um maternal carinho.

Azul (1900); Almanach Paranaense (1901)

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