O coração

Finge-te alegre coração... encobre
A funda magoa de que estas repleto...
Olha: o teu choro me recorda um dobre
N’uma ermidinha de formoso aspecto.

O orgulho, crê, é um sentimento nobre...
Quero-te, pois, meu coração quieto.
Deixa que um outro teu irmão mais pobre
Ande de amor a mendigar affecto.

Deves altivo te mostrar embora,
Augmente dia a dia ou de hora em hora
Essa paixão de que vives repleto...

Sim, que o orgulho é um sentimento nobre...
Deixa que um outro teu irmão mais pobre
Ande de rastros, mendigando affecto.

Itiberê nº 35 (MAR/1922)

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