Calumniado

Alto, muito alto paira. Assim como uma esphinge
Impassível se mostra á corja vil que tenta
Feril-o, mas em vão. Em vão que o não atinge
Da calumnia soez a barba peçonhenta.

Eil-o sereno — um Deos — (Aureo estemma lhe cinge
A ampla fronte de heroe) em meio da tormenta...
A inveja, como um cão ladrando á lua, ringe
Os dentes, quer mordel-o e não logra o que intenta.

Heis de cançar, por fim, ó torpes detractores,
A calumnia não mancha um caracter tão limpo,
Embalde proseguis nessa tarefa ingloria.

E, por certo, amanhã, num halo de esplendores,
A despeito de vós, como os Deuses no Olympo,
Seu nome brilhará nas páginas da História.

Arco iris (1923); A Noticia (04/07/1907), com a nota “1904”

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