Como esses regios cysnes de alvas pennas.
Nesse enleio de amor á tona da agoa,
Que bom seria, ó deusa das morenas,
Passarmos a existencia alheia á magoa.
A vida assim, deliciosa, affago-a,
Sem as torturas negras da gehennas:
O peito amante num ardor de fragoa,
O coração desconhecendo penas.
Cysne feliz, á musica do affago
Desse teu beijo, que supponho um favo,
Ser-me-ia a vida crystalino lago.
Minha, só minha! Que prazer insano
Curvar-me aos teus caprichos como escravo
Por ser do teu amor o soberano!
Arco iris (1923)
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