Ante os meos olhos pavidos desfila
Funambulescamente o bando irado
De abantesmas crueis; a negra fila
Que faz-me tiritar horrorisado!
Noite cruél! Noite infernal! Sibila
E guincha o vento como exasperado
Jaguar ferido, e, rija tamborila
A chuva copiosa no telhado...
Tento embalde dormir... Em vão me enterro
No leito fundo e revoltado e cerro
Os olhos cheios de pavor... Em vão
Evito ouvir a rispida rajada
Do vento frio, a fria gargalhada
Que me traspassa e gela o coração...
Azul (1900)
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