Hypocritas que sois! O’ corvos de batina
Não lograes esconder que no amago do peito
Trazeis — o coração é uma flor muito fina —
Irascivel jaguar a todo mal affeito.
Dia a dia mostraes como é tão pequenina
A vossa alma cruel que ruge de despeito...
Ai do ser que vos cae sob a garra assassina!
Não vos escapa quem abocanhaes a geito.
Até mesmo Jesus, o filho de Maria,
Se acaso ao mundo viesse e de vós se chegasse
A’ vossa gana, creio, illeso não seria...
A vós todos pagára um tributo nefario
De insultos recebendo um ror em plena face
E subindo outra vez ao cimo do calvario!
Electra nº 17 (JUN/1903)
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