A uma ingleza

Onde quer que vás eu hei-de
Seguir-te, mimosa “lady”
De olhos azues como o Azul.
Cumprirei á risca a sorte,
Quer sigas rumo do norte,
Ou quer demandes o sul.

O heliotropio acompanha
O sol fulvo que nos banha
Qual catadupa de luz...
Assim seguirei teu rastro,
Tal como a flor segue o astro.
O’ “lady” de olhos azues.

Onde quer que vás, por força,
Embora, como agil corça,
Corras tu, irei também.
Desperto ou mesmo dormindo,
Sempre teus passos seguindo,
Has de me ver muito bem.

E se, por ventura, fores
Parar á mansão de horrores
Em que mora Satanaz,
Não te cause pasmo, “lady”,
Em me vendo lá, porque hei-de
Seguir-te onde quer que vás.

Arco iris (1923); A Noticia (20/06/1907)

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