Amazona

A Ricardo de Lemos

“Eia, corsel! Alé!..” Fogoso empina
No ar a cabeça o bello poldro ouvindo
O audaz convite, e, celere, premindo
O freio, parte a disparada... A crina

No espaço voa... o vento silva!.. Infindo
Goso a Amazona varonil domina...
Quer correr mais... mais, muito mais! e a fina
Chibata vibra no corsel, sorrindo!..

E redobra a carreira, estrada a fora,
No luzido alazão que quando a espora
Sente, espumeja e doudo espinoteia.

...Alfim desapparece, de repente,
Deixando vêr atraz de si somente
Uma nuvem subtil de fina areia.

Azul (1900)

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